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SUPER BOWL LI | PATRIOTS VIRANDO HISTÓRIA

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Era domingo de Super Bowl. New England Patriots e Atlanta Falcons iam decidir em Houston a 51° edição do maior evento esportivo dos EUA. Lá estamos eu e Fran no sofá. Cumprindo a promessa que me fez, ela ia assistir comigo seu primeiro jogo de futebol americano. Nada melhor que começar com o Super Bowl.

Passadas as homenagens de abertura e o hino – enquanto comíamos nossos sanduíches, numa rara exceção à nossa alimentação saudável – veio o jogo.

Para quem nunca viu o jogo antes, o primeiro quarto foi um saco. Defesas dominantes e nada de Tom Brady ou Matt Ryan resolverem. Mas no segundo quarto…

Os Falcons deram um rasante devastador para cima da turma de New England. Jesus, o q foi aquilo. Com coisa de cinco passes, eu acho, Ryan conectou dois touchdows com Desconta Freeman e Hooper,  maia os extra points o placar do NRG Stadium apontava 14×0. Para aumentar o choque, Brady foi interceptado e sofreu uma pic-6. O que? Mas isso  nunca tinha acontecido com o Brady Boy em playoffs! Pois quando Robert Alford atravessou o campo com a bola e entrou na endzone essa marca deixou de existir. Chute certeiro é um espantoso 21×0. Gente o que era isso? Onde estavam os Pats?

Eles só deram A caras no último lance do quarto, quando uma boa campanha não rendeu mais do que um field goal de Gostkowsk, que levou o jogo para o intervalo com uma surra impensável. Fran já tinha decretado que o jogo era chato e parava demais para intervalos. Eu já tinha atribuído a culpa a atuação miserável dos Para. Aí veio o show dá Lady Gaga, que corria o risco de ser melhor que o jogo.

Recomeçou a brincadeira com os Pats loucos para virar. Ahã. Tom Brady era caçado por Grady Jarrett, um predador voraz que o fazia comer grama como nunca havia acontecido com o QB num Super Bowl. Aí, mais um castigo de Matt Ryan, que pôs Tevin Coleman na endzone para abrir 28×3. Fran não conseguia ver o que havia de emocionante nesse esporte.

Àquela altura, os Pats precisavam dá maior virada dá história do Super Bowl para ser campeão – a maior até então era de 10 pontos, que eles próprios tinha conseguido duas vezes. E Brady sabia disso. Tratou logo de arrumar um TD com White, mas viu o Gostkowsk desperdiçar o extra point. Que zica! Eram 25 anos sem nenhum chute extra desperdiçado em Super Bowls. E como a edição desse ano veio para nós encher de recordes, Grady Jarrett sacou Tom Brady pela terceira vez! Íamos para o quarto final com o Falcons em modo off e administrando, com o Pats no tudo ou nada e Fran contando as horas para dormir.

E o último quarto começou e o máximo que os Pats conseguiram foi um field goal nos primeiros cinco minutos. Parecia pouco, mas o ataque dos Falcons não produzia, parecendo estar a espera do fim do jogo. Dan Quinn deve ter se arrependido de não ter acordado seus comandados.

Aí aconteceu. Algo sabe-se lá onde mudou e fez com que a história fosse reescrita. A defesa de New England pulverizou Matt Ryan. Com fumble e tudo. Brady varreu a defesa de Atlanta. Dois TDs (Amendola e White) e duas conversões de dois pontos empataram o jogo, assombraram a defesa dos Falcons e espantaram a mim e a todos no estágio. Menos a Fran, que observava e tirava dúvidas pontuais, principalmente nas vezes em que Brady, Belichick e seus companheiros tiravam coelhos da cartola. Em dez minutos uma vantagem de 16 pontos foi consumida. Haja coelho para tirar da cartola.

Por falar nisso estava pronto para elogiar as recepções acrobáticas de Julio Jones, quando Julian Edelman roubou a cena. Nota 10 para todas as recepções de Jones, mas que algarismo representaria a nota adequada para o que fez Edelman?

Não voltamos ao jogo pq ele acabou. Melhor para Atlanta, pois mais 30 seg e tomariam outro TD, tamanha terra arrasada que as trincheiras de ataque e defesa do time se tornaram. E assim Fran se tornou testemunha ocular dá história: veria a primeira prorrogação dá história do Super Bowl. Mesmo com muito sono e sem entender o que me empolgava tanto naquele esporte. Mas mesmo assim foi lavar o rosto para o que, segundo ela, acabaria logo.

O Atlanta devia ter mandado o presidente para o cara ou coroa. Ou o homem mais sortudo do estado, talvez. Com a vitória na moedinha, os Patriots vieram como predadores famintos sobre a defesa que mais parecia um bando de soldados encurralados por espartanos num desfiladeiro. Alguns instantes e James White invadia com o braço a endzone para decretar a maior virada e talvez a maior vitória de um Super Bowl.

White invade a endzone dos Falcons para dar o título aos Patriots. FOTO: NFL
White invade a endzone dos Falcons para dar o título aos Patriots. FOTO: NFL

Fran foi dormir tranquila por ter cumprido sua missão e talvez decepcionada pelo esporte que apresentei. Eu também dormi, mas estava até agora pensando em como descrever o que aconteceu. Como explicar que um dos piores jogos dá história do Super Bowl se tornou um dos melhores, senão o melhor de todos. Como explicar o que Tom Brady fez em campo? Para a primeira a solução foi simplesmente contar minha experiência com o jogo. No caso do camisa 12 dos Patriots, acho que os números explicam tudo.

Foi incrível, épico, estupendo. Um jogo inesquecível. Foi a consagração de Brady, quiçá o maior de todos. Mais uma do indiscutível Belichick. Outra grande lembrança que vou guardar desse esporte que nem com todo esse espetáculo conseguiu conquistar a minha esposa. Faz parte.

MVP da temporada regular teve uma atuação magnífica, mas não impediu a derrota. FOTO: NFL
MVP da temporada regular teve uma atuação magnífica, mas não impediu a derrota. FOTO: NFL
Brady levanta a taça do Super Bowl pela quinta vez. FOTO: NFL
Brady levanta a taça do Super Bowl pela quinta vez. FOTO: NFL
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