Home»Futebol Nacional»A AULA DE EFICIÊNCIA DO PALMEIRAS (ATÉ QUE ENFIM!) CAMPEÃO BRASILEIRÃO

A AULA DE EFICIÊNCIA DO PALMEIRAS (ATÉ QUE ENFIM!) CAMPEÃO BRASILEIRÃO

0
Shares
Pinterest WhatsApp

E o ano terminou de forma brilhante para o Palmeiras. Depois de 22 anos de fila, o Verdão conquistou o Campeonato Brasileiro.

Foram 675 jogos, 978 gols marcados, 852 gols sofridos, 45 técnicos e 648 jogadores. Um vice, dois rebaixamentos e inúmeras frustrações desde o bicampeonato da seleção da Parmalat comandada por Luxemburgo – que já havia tirado o Palmeiras de outra fila – que fez com que quase uma geração de torcedores alviverdes não conhecesse o gostinho de ser campeão brasileiro. Agora isso é passado.

Uma campanha segura, de 24 vitórias, 9 empates e 6 derrotas. 80 pontos, melhor ataque e uma das melhores defesas. Uma campanha excepcional, com direito ao melhor turno já feito por um clube na história. Dá para falar que o Palmeiras, deu show, encantou a torcida e foi soberano? Não.

O Palmeiras desde o começo foi favorito ao título. Liderou o campeonato quase todo, mas não inspirou empolgação na sua torcida. Em parte porque o torcedor palmeirense é ressabiado com o campeonato em pontos corridos, principalmente depois de 2009, quando liderou o campeonato até desandar nas sete últimas rodadas. Em parte porque o time jogava de forma segura, mas não apresentava um futebol espetacular. Era vitória de um a zero, vitória apertada e jogos em que os destaques maiores vinham da defesa. Ai sempre ficava uma sensação de que se alguém chegasse para disputar a coisa poderia desandar. Mas não aconteceu.

O veteraníssimo Zé Roberto e o jovem Gabriel Jesus. FOTO: Gazeta Press
O veteraníssimo Zé Roberto e o jovem Gabriel Jesus. FOTO: Gazeta Press

O Galo ficou ali na cola do Palmeiras o campeonato todo, mas em momento nenhum ameaçou de forma aguda os alviverdes. Na verdade, a única vez que isso aconteceu, foi quando o Flamengo arrancou, colou no Palmeiras e chegou a estar vencendo o confronto direto na Allianz Parque por 1×0. Mas como cedeu o empate, perdeu a chance. E como ainda chegou o Santos na briga, foi um rival tirando ponto do outro até que o Palmeiras não precisasse mais se preocupar. Aliás, nem precisou vencer os confrontos diretos, tendo empatado, além do Flamengo, com Galo e perdido para o Santos, que seria o vice sem sequer ter disputado a liderança com o rival paulista ao menos uma vez.

Como o Palmeiras se tornou um time tão constante? Pode por na conta de Cuca, que chegou e concertou o time que estava bagunçado, eliminado na fase de grupos da Libertadores e apanhando de quatro do Água Santa pelo Paulistão. Deu um padrão e consolidou uma forma eficiente de jogo, que deu ao torcedor palmeirense um título almejado a tanto tempo. E olha que tem quem reclame e chame, pejorativamente, esse jeito de jogar dos times do Cuca de “Cucabol”.

Cuca e Prass festejam com a taça de campeão. FOTO: Gazeta Press
Cuca e Prass festejam com a taça de campeão. FOTO: Gazeta Press

Francamente isso é ridículo. Tá certo que nenhum time do Cuca joga um futebol deslumbrante, mas ninguém pode dizer que é feio. Para resumir os trabalhos de maior sucesso dele no país, comparemos o Galo da Libertadores com esse Palmeiras. No Atlético, ele tinha um bom ataque, então montou um time para jogar no ataque. No Palestra, tinha uma boa defesa, então preparou um time que tomava pouco gol e contava com Gabriel Jesus e Dudu para resolver lá na frente – isso, quando a própria zaga não resolvia. E funcionou demais, sendo menos enfadonho que o tricampeonato do São Paulo – aquele assim, de dar calo nas vistas. Enfim, Cuca realizou seu sonho de treinar o Palmeiras, e foi campeão. Mas não pensem que ele é o único destaque do título.

Gabriel Jesus, o craque do time, fez um primeiro turno espetacular e, mesmo caindo depois de produção depois das Olimpíadas, ainda foi decisivo. A dupla de zaga, Mina e Vitor Hugo, tiveram um dos melhores desempenhos defensivos dos últimos anos. A formidável dupla de volantes formada por Moisés e Tchê Tchê e um Dudu decisivo e sem se envolver em confusão. Jean sendo o melhor lateral direito da competição, mesmo improvisado. Zé Roberto campeão depois dos quarenta! E o Jaílson? Assumiu a meta alviverde depois da lesão do ídolo Fernando Prass e, quase veterano, ficou um turno inteiro invicto! A única derrota do time foi justamente quando ele esteve fora. Um ano mágico para quase todo o elenco.

Destaque também para o torcedor, que lotou o Allianz Parque do início ao fim e fez uma belíssima festa pelas ruas de Perdizes e Pompeia. A média de público ao longo da campanha do título foi de 32.521 espectadores. Na partida em que confirmou seu nono título brasileiro, o Palmeiras bateu o recorde de público de toda a história do Estádio Palestra Itália. Foram 40. 986 mil torcedores que assistiram à vitória do Verdão sobre a Chapecoense, por 1 a 0, resultando em uma renda de R$ 4.171.317,26 milhões.

Allianz Parque com o maior público de sua história. FOTO: Gazeta Press
Allianz Parque com o maior público de sua história. FOTO: Gazeta Press

Enfim. Foi um Brasileirão perfeito para o palmeirense. Mas 2017 pode ser bem diferente. Gabriel Jesus se vai para o City e Cuca não segue no time. Mas quem se preocupa com isso, o negócio é comemorar o título! Azar se não o time não dá show. A fila acabou e a festa começou.

Previous post

A SEMANA QUE VALEU POR QUINZE ANOS PARA O GRÊMIO

Next post

JOGADAS DA SEMANA | COMO EXPLICAR ESSE MESSI?

No Comment

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *