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O QUE ROLOU DE NOVO NA PRÉ-TEMPORADA DA F1

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E, se oficialmente, a temporada da Fórmula 1 começa no GP da Austrália, o circo já esta pegando fogo a muito tempo. Falaremos agora sobre as principais novidades da categoria para 2017, os testes de inverno que representam a pré-temporada da F1 e uma colagem das novidades que vimos web afora sobre os bastidores da categoria mais famosa do automobilismo.

As principais novidades

E vamos nos deparam com uma temporada cheia de mudanças, das mais sutis a algumas que vão mudar bastante a F1. Abaixo coloco um texto retirado do site Área H, com E também as re-largadas serão realizadas com os carros parados. Ou seja, não haverá mais relargada em movimento, pelo menos por enquanto.

Em 2016 a mudança mais marcante foi no livro de regras, já em 2017 foram os carros que alteraram bastante. Talvez na primeira olhada você não perceba tanta diferença, mas muita coisa mudou. O objetivo é deixar os veículos mais rápidos e agressivos: expectativa de 3,5 segundos a menos por volta.

A largura máxima do carro que era de 180 centímetros passou para 200. O assoalho (base do carro) também ficou mais largo: de 1,4m para 1,6m. Esse aumento deve proporcionar uma maior estabilidade, especialmente nas curvas de alta velocidade.

As asas também aumentaram: de 16,5cm e 75cm para 18cm e 95cm na traseira e dianteira, respectivamente. Isso deve fazer o carro sentir menos o “ar sujo” proveniente do carro da frente, permitindo perseguições mais longas e próximas. As alterações trouxeram uma série de elementos aerodinâmicos, uns antigos outros novos. É o caso das “barbatanas de tubarão”, as “T-Wings” ou o bico furado do Red Bull RB13. E muitas mais deverão surgir com o avançar da temporada.

comparativo entre os carros
Sequência de imagens faz o comparativo entre os carros de 2016 e os deste ano, feito por Giorgio Pola para o MotorSport. FOTO: br.motorsport.com

Para melhorar as perseguições, os pneus também foram alterados. Agora eles aquecem menos e, desgastam menos (quando um carro chegava muito próximo ao outro para ultrapassá-lo, o desgaste era significativamente maior), com isso a quantidade de parada nos boxes será menor. Além disso, eles também cresceram: o dianteiro passou de 24,5cm para 30,5cm e o traseiro de 32,5cm para 40,5cm. Com mais borracha, o contato com o asfalto é maior, e a tendência é um aumento de até 40 km/h nas curvas. Tais mudanças podem ser percebidas nas imagens a seguir

Os motores são os mesmos desde 2014, mas isso não quer dizer que também não passaram por algumas adaptações. Este ano não haverá mais o sistema de tokens, que permitirá um desenvolvimento ilimitado dos motores. E também terão um limite de giros mais altos, gerando um ronco mais forte.

Com o carro mais rápido, o consumo de combustível sobe. Por isso, o tanque passará a receber 105L e não mais 100 como em 2016.

Outra mudança significante foi na largada: mesmo com chuva, ela será realizada normalmente, sem o Safety Car. Caso esteja caindo um temporal, o começo da corrida será adiado até que haja condições de largar da maneira convencional.”

O fim da era Bernie Ecclestone

Isso mesmo. Vivemos o suficiente para ver a F1 começar sua temporada sem seu grande chefão. A era Bernie Ecclestone a frente a Fórmula 1 chegou ao fim, em prol de uma gestão mais americanizada e que trouxe-se mais resultados financeiros à categoria. Sobre isso,  citamos um trecho do artigo de Livio Oricchio, escrito para o site globoesporte.com, em 24/01/2017.

“O dia em que o grande Ecclestone deixaria de ser o comandante-em-chefe da F1 chegou. Há mais de 40 anos os proprietários e lideranças das equipes se acostumaram a apenas assistir a Ecclestone ditar os rumos da competição. Certo ou errado – na maioria das ocasiões para o bem – era ele quem decidia.

Com a sua saída, a F1 passa a ser gerenciada por um grupo de profissionais, três deles: Carey, Sean Bratches, para cuidar da área comercial, e Ross Brawn, multi campeão do mundo como diretor técnico da Benetton e Ferrari. Trata-se de uma mudança conceitual de enorme impacto para a F1.

Não há exagero algum em dizer que a F1 se transformou num esporte capaz de movimentar alguns bilhões de euros por ano por causa da liderança ditatorial e inteligente de Ecclestone. Não existe atividade esportiva onde seus participantes mais defendam seus interesses, sem preocupação alguma com os concorrentes, como a F1.

Seria impossível para um diretor tentar conciliador esses interesses. O egoísmo se expressa na plenitude na F1. Uma montadora está interessada em vencer para vender mais carro, mostrar que melhor domina a tecnologia. E, para isso, além de investir elevadíssimas somas, procura de todas as formas aprovar regras que a favoreçam.

A F1 só atingiu um público de milhões de telespectadores e fãs nos autódromos porque Ecclestone soube liderá-la mesmo diante desse imenso desafio, o de fazer com que Mercedes, Ferrari-Fiat, Renault, BMW, Toyota, Honda, Jaguar, Alfa Romeo, dentre outras escuderias, acatassem suas decisões. Se deixasse por conta delas, nunca haveria acordo, há muito cada uma teria seguido sua rota e a F1 não seria nem a sombra do que é.

Bernie Ecclestone
Bernie Ecclestone deixa o comando da F1 aos 86 anos, 40 deles como o chefão da categoria. FOTO: Getty Images

A era Ecclestone chegou ao fim, ainda que não totalmente, pois é provável que Carey, Bratches e Brawn o ouçam antes de realizar algum negócio de importância maior. Mas é verdade, também, que o mundo mudou e Ecclestone, inevitavelmente, não o acompanhou. A idade média do público que acompanha seu produto tão bem trabalhado, a F1, é perigosamente elevada.

Inserir o jovem nesse universo da velocidade é essencial para a F1 retomar o nível de interesse que já despertou, ainda que se mantenha relativamente elevado. E para isso é preciso falar a língua das mídias sociais, que Ecclestone desconhece. E mesmo se mostra arredio, por acreditar que seria uma forma de perder contratos com empresas de TV, para quem vende, a preço de ouro, os direitos de transmissão dos GP.

A SKY e a BBC inglesas, bem como a Sky italiana e RTL alemã, pagam, por exemplo, cerca de US$ 50 milhões (R$ 160 milhões) por ano.

É provável, como já descrito, que Ecclestone ainda acompanhará a F1 com alguma proximidade num futuro próximo, até pela necessidade de os dois norte-americanos em especial, Carey e Bratches, entenderem melhor como fazer negócio na Europa, modelo muito distinto dos praticados por eles.

O que se espera, agora, é que a ausência dessa liderança hipnótica de Ecclestone sobre todos não faça a F1 perder o rumo, não caia nessa de permitir que os vários interesses em jogo, em especial das equipes, a levem a um racha e, provavelmente, ao seu fim, ao menos como a conhecemos por mais de 40 anos. Na era Ecclestone”.

Sean Batches, Chase Carey e Ross Brawn
Sean Batches, Chase Carey e Ross Brawn são as novas referências de executivos da Fórmula 1 FOTO: globoesporte.com

PS: Se você acha que não vai mudar muita coisa, um exemplo prático de novidade já colocada pelo novo time a frente da Fórmula 1 foi a permissão dada e Lewis Hamilton de publicar em suas redes sociais fotos dos bastidores dos testes de pré-temporada realizados na Espanha este ano. Algo inimaginável nos tempos de Bernie Ecclestone. Uma nova era midiática vem aí na F1.

Os testes da pré-temporada

Sobre os testes realizados na Espanha durante a pré-temporada lanço mão também de partes de um artigo escrito por Bruno Ferreira para o site Motorsport.com em 22/03/2017.

Entre fevereiro e março, a F1 realizou sua breve pré-temporada no circuito de Barcelona, na Espanha. Os oito dias de atividades na pista catalã mostraram alguns pontos importantes que devem ser vistos neste começo de campeonato.

A Ferrari vem com força

 A grande surpresa das atividades em Barcelona foi o desempenho apresentado pela Ferrari SF70H. O projeto de Maranello impressionou com sua velocidade e com seu comportamento estável na pista, que passou confiança para Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen.

Na reta final das atividades, os carros vermelhos assustaram a concorrência por não só terem sido muito rápidos (a melhor marca dos treinos, de Raikkonen, com 1min18s634, foi cerca de 0s6 mais veloz que o tempo obtido pela Mercedes), mas também por ter passado a impressão de que poderia ter sido muito melhor.

Mercedes também merece atenção

Dominante na F1 desde a introdução das unidades de potência V6 híbridas turbo, a Mercedes também deve ser observada com cuidado no início da temporada. Por mais que o modelo W08 não tenha apresentado a mesma velocidade bruta da Ferrari, os atuais campeões mundiais fizeram pré-temporada sólida, o que indica que o time virá com força total.

Os números já falam por si só: foram 5.102 km acumulados durante as atividades, 652 a mais do que a concorrente mais próxima, justamente a Ferrari. Uma confiabilidade a prova de balas permitiu que Lewis Hamilton e Valtteri Bottas fizessem uma preparação quase sem contratempos.

Massa terá chance de redenção

Felipe Massa também se destacou, à sua maneira, durante as atividades em Barcelona. O único representante brasileiro da F1 mostrou que poderá ter sua campanha mais positiva e sólida em muito tempo.

Massa se sentiu bastante confortável com o carro, cujas características casam bem com seu estilo de pilotagem. O vice-campeão de 2008, então, pôde fazer uma pré-temporada consistente, incluindo uma jornada em que completou incríveis 168 voltas.

Desta forma, o que se desenha é um cenário em que Massa possa desenvolver seu trabalho no papel de líder – até porque a própria Williams reconhece que o jovem Lance Stroll, seu companheiro de equipe, ainda precisará de tempo para começar a apresentar competitividade com mais regularidade.

Obviamente, as possibilidades de Massa ainda dependem do que o Williams FW40 poderá alcançar. E, analisando os resultados dos treinos em Barcelona, o que se vê é uma equipe que tem condições liderar o segundo pelotão, atrás de Mercedes, Ferrari e Red Bull – ou seja, com condições moderadas de lutar por pódios.

McLaren deve ter ano para esquecer

Um dos grandes assuntos da pré-temporada foram as agruras vividas pela McLaren. O novo conjunto desenvolvido em parceria com a Honda se apresentou de forma extremamente frágil, o que, como consequência, também teve uma performance bastante abaixo do esperado pela equipe.

O grande ponto de incômodo para a McLaren é que a Honda apresentou dificuldades para lidar com a situação, tanto pela demora para compreender as causas das constantes quebras quanto para apresentar as soluções necessárias. 

Com isso, a relação entre as duas partes atingiu níveis de grande tensão. Fernando Alonso deixou a diplomacia de lado em uma de suas raras entrevistas coletivas, onde alternava queixas em tons hilários a críticas duras.  

O fim do sistema de tokens pode dar a chance de uma reação rápida, mas tudo indica que 2017 será mais um ano de calvário para a McLaren-Honda.

McLaren testes 2017
McLaren deve ter mais uma temporada ruim em 2017. FOTO: XPB Images.

Pilotos podem ter dificuldades nas ultrapassagens

Por mais que as mudanças no regulamento possam dar uma agitada na relação de forças e colocar o reinado da Mercedes em risco, existe a possibilidade de haver um efeito colateral.

Nas atividades em Barcelona, muitos pilotos expressaram sua preocupação com a dificuldade em realizar ultrapassagens. Afinal, os carros de 2017 possuem maior dependência aerodinâmica, o que pode causar problemas para um piloto seguir o outro de perto.

Desta forma, o DRS poderá ganhar ainda mais importância nas provas deste ano, mas tudo deve ser feito com cuidado: segundo os pilotos, os carros mais largos poderão proporcionar mais acidentes nas disputas.”

 

Pelo que acompanhei dos testes, a Mercedes não estará com tanta sobra como nos anos anteriores, principalmente por causa da Ferrari.

Contrariando a velha lógica da Fórmula 1 de que é preciso um longo trabalho de uma equipe para sair um resultado qualificado o time italiano conseguiu, em pouco mais de 7 meses, colocar na pista um carro extremamente competitivo e, ao contrário de 2016, quando a Ferrari “fez um bonito” nos testes, mas durante a temporada revelou-se um fiasco, desta vez o time italiano foi muito mais conservador nos testes e deixou todos com a impressão de que o carro pode andar mais do que andou nos testes.

Williams e Red Bull devem disputar o posto de terceira força no grid. A Williams voltou a evoluir e pode voltar a beliscar pódios em 2017.

A McLaren voltou a ser uma grande incógnita. Andou pouco, e motor não muito confiável. Parece que este ano vai ser uma reedição da péssima temporada de 2015.

Entre as demais equipes, a Force India deve ser o principal destaque. Tanto pelos bons carros produzidos com orçamento pequeno, quanto pelo rosa (em função do novo patrocinador do time) que vai compor a cor do time indiano em 2017.

 

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