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GP DO BRASIL 75 | A VITÓRIA DE PACE E A 1ª DOBRADINHA BRASILEIRA NA F1

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Vencer no seu país uma corrida de Fórmula 1 costuma ser muito marcante na carreira de um piloto. Ter um companheiro da mesma nacionalidade logo atrás adiciona mais história ao acontecido.

Na etapa em nossa casa, relembraremos hoje o GP do Brasil que se destacou por ter sido palco da primeira dobradinha brasileira na história da Fórmula 1. E tinha que ser logo em casa, no antigo Interlagos, na tarde de 26 de janeiro de 1975.

José Carlos Pace em 1975. FOTO: autogaragem.wordpress.com
José Carlos Pace em 1975. FOTO: autogaragem.wordpress.com

Na largada, Jarier alinhou no primeiro colchete, ao lado de Emerson. Na segunda fila estavam Carlos Reutemann e Niki Lauda, seguidos por Clay Regazzoni e José Carlos Pace. Na largada, Reutemann saltou à frente de Jarier, Emerson se distraiu e foi pego pela bandeirada sem giro suficiente para arrancar forte. Largou mal e caiu para sétimo, enquanto Pace ganhou três posições e foi para terceiro, atrás de Jarier.

Logo após a largada: Reutemann, Jarier, Pace, Regazzoni, Lauda, Scheckter e Emerson. FOTO: F1.com
Logo após a largada: Reutemann, Jarier, Pace, Regazzoni, Lauda, Scheckter e Emerson. FOTO: F1.com
Reutemann, Jarier e Pace. FOTO: Reprodução Revista Quatro Rodas fev/1975
Reutemann, Jarier e Pace. FOTO: Reprodução Revista Quatro Rodas fev/1975

Na quinta volta Jarier passou Reutemann para assumir a ponta e passou a imprimir um ritmo muito rápido. Na volta seguinte ele já abria dois segundos de vantagem em relação ao argentino — em parte por que Reutemann havia diminuído seu ritmo de corrida, aparentemente por conta dos pneus dianteiros escolhidos.

Só que apesar da velocidade baixa entre a Ferradura e a Junção, Reutemann não deu chances de ultrapassagem, o que acabou segurando o pelotão atrás dele. Foi somente na 13ª volta que Pace conseguiu passar o argentino, após ganhar uma freada na Curva 3. Sem ninguém para amarrá-lo, ele começou a abrir distância de seu companheiro da Brabham, mas sem muitas chances de alcançar Jarier, que abrira mais de 30 segundos de vantagem.

Enquanto isso, Emerson ganhou a posição de Jody Scheckter, que abandonou a prova com problemas mecânicos e chegou em Lauda. À sua frente Clay Regazzoni passou Carlos Reuteman, cada vez mais lento, assumindo a terceira posição. Na 19ª volta, Emerson venceu a freada com Lauda na entrada da curva do Sargento e assumiu a quinta posição, atrás de Reutemann. Em duas voltas Emerson entrou no vácuo do Argentino, que percebeu que seria ultrapassado na Curva 3 e não defendeu a posição.

Jarier sozinho em Interlagos. FOTO: F1.com
Jarier sozinho em Interlagos. FOTO: F1.com

À essa altura Jarier e seu Shadow mantinham a vantagem arrasadora para os demais carros. Pace também estava bem à frente de Regazzoni que, por sua vez era mais rápido que Fittipaldi nas retas — diferentemente de Lauda. Por isso, Emerson decidiu poupar o carro e tentar uma ultrapassagem surpresa na curva do Laranja. Na 28ª volta ele saiu do vácuo do suíço da Ferrari, entrou na curva pelo lado de dentro e o passou para assumir a terceira posição, mais de dez segundos atrás de Pace. Emerson sabia que seria difícil, mas tentou diminuir a diferença para seu amigo e rival.

Jarier estava 24 segundos à frente de Pace, que imprimia um ritmo constante e cauteloso, quando o motor de seu Shadow começou a apresentar problemas. Em menos de duas voltas, no giro 33, o francês abandonou a prova deixando a dianteira livre para Pace, que só precisaria continuar ali por oito voltas para levantar o caneco. Emerson ainda tentou alcançar Pace, mas seu McLaren começou a escapar de traseira de forma anormal (lembram dos pneus doados por Donohue?) e o bicampeão achou mais prudente se manter em segundo e garantir mais seis pontos para a contagem do campeonato. Com cuidado e concentração Pace cruzou a linha de chegada em primeiro, seguido por Emerson. Finalmente ele chegava ao topo. Finalmente o Brasil tinha dois de seus pilotos no pódio da Fórmula 1.

José Carlos Pace a bordo de sua Williams. FOTO: F1.com
José Carlos Pace a bordo de sua Williams. FOTO: F1.com

Pace foi carregado pela multidão que invadiu a pista, subiu ao pódio com a esposa grávida, ganhou a coroa de louros — e deu um banho sem querer em Jochen Mass. Foi a primeira dobradinha brasileira na Fórmula 1, algo que se repetiria em julho daquele ano, desta vez com posições invertidas — Emerson no topo e Pace em segundo. (texto retirado do site flatout.com.br)

O vídeo a seguir mostra um resumo daquela histórica corrida.

Quem precisa mais do que nunca vencer pela primeira vez na terra do seu ídolo Ayrton Senna é o inglês Lewis Hamilton.  Com Rosberg com uma grande vantagem de 19 pontos e com o alemão podendo ser campeão em terras tupiniquins, só resta ao inglês alcançar o topo mais alto do pódio para adiar a decisão do título para a última prova em Abu Dhabi. Pois caso seja Rosberg o vencedor da corrida, o título do Mundial de Pilotos será conquistado pela primeira vez pelo alemão da Mercedes.

O circuito da corrida

O Grande Prêmio do Brasil faz parte do calendário da Fórmula 1 desde 1972, mas somente passou a ser oficialmente aceito como etapa oficial da categoria no ano seguinte.

Nestes 43 anos ininterruptos de GP do Brasil somente dois autódromos foram utilizados para o GP do Brasil: o extinto Autódromo Internacional Nelson Piquet (Autódromo de Jacarepaguá) e o atual o Autódromo José Carlos Pace, mais conhecido como Autódromo de Interlagos.

Vista aérea do Autódromo José Carlos Pace, mais conhecido como Circuito de Interlagos, bairro de São Paulo em que está situado. FOTO: rafaelschelb.wordpress.com
Vista aérea do Autódromo José Carlos Pace, mais conhecido como Circuito de Interlagos, bairro de São Paulo em que está situado. FOTO: rafaelschelb.wordpress.com

O Autódromo de Interlagos era um pouco diferente do que é hoje quando foi inaugurado. O circuito era bem maior, possuía 7960 metros.

Com a reforma iniciada em 1989 o autódromo “encolheu”  e surgiu o famoso “S do Senna”. A montagem a seguir sobrepõem o circuito antigo e a versão atual para uma melhor diferenciação entre os dois.

Sobreposição mostrando as diferenças entre o circuito de Interlagos de hoje e de 1973. FOTO: pt.wikipedia.org
Sobreposição mostrando as diferenças entre o circuito de Interlagos de hoje e de 1973. FOTO: pt.wikipedia.org

Apesar de “encolhido” o Autódromo de Interlagos é ainda muito desafiador para os pilotos da categoria. Composto por duas longas retas e 15 curvas num total de 4309 metros de extensão. Em situações normais, os pilotos deverão fazer este traçado por 71 vezes para que se, conheça o vencedor da etapa brasileira da Fórmula 1. O traçado do circuito pode ser visto na figura a seguir.

Atual traçado do Circuito de Interlagos onde se realiza o GP do Brasil. FOTO: pt.wikipedia.org
Atual traçado do Circuito de Interlagos onde se realiza o GP do Brasil. FOTO: pt.wikipedia.org

As condições climáticas do GP do Brasil são uma loteria. Treinos ocorreram em com pista seca e corridas com chuva e o contrário também é válido. Treinos e corrida começam com uma condição climática e mudam durante a realização dos mesmos. Uma loucura total.

Dados históricos

Foram realizadas até agora, 43 edições do GP do Brasil desde 1973, ano em que passou a valer como etapa oficial no calendário da Fórmula 1. De lá para cá 23 pilotos diferentes já venceram a nossa etapa da Fórmula 1. O brasileiro Emerson Fittipaldi foi o primeiro vencedor naquele ano no antigo Interlagos. Em Jacarepaguá o argentino Carlos Reutemann foi o primeiro vencedor em 1978. No novo traçado de Interlagos, o primeiro vencedor foi o francês Alain Prost em 1990.

Falando no francês ele é o maior vencedor de GPs do Brasil com 6 vitórias (5 em Jacarepaguá). Já em Interlagos o maior vencedor (e segundo em GPs do Brasil) é o alemão Michael Schumacher com 4 vitórias.  Por equipes, quem mais venceu até agora foi a McLaren com 12 vitórias (8 em Interlagos), seguida pela Ferrari com 10 vitórias (também 8 em Interlagos).

O alemão é o maior vencedor em Interlagos, com 4 vitórias. FOTO: entrelinhasf1.blogspot.com
O alemão é o maior vencedor em Interlagos, com 4 vitórias. FOTO: entrelinhasf1.blogspot.com

A pole mais rápida do atual Interlagos foi feita por Nico Rosberg com uma Mercedes em 2014 com o tempo de 1min 10s 023 (com os carros com motores V6 turbo) e a volta mais rápida foi feita por Juan Pablo Montoya com uma Willians, também em 2004, com o tempo de 1min 11s 473 (com os carros com motores V10).

Expectativa para a corrida

O Mundial de Pilotos poderá ser decidido pela sétima vez na história no Brasil. Para que isto ocorra, o alemão Nico Rosberg precisa marcar sete pontos a mais que o seu companheiro de equipe, o inglês Lewis Hamilton. A forma mais simples de isso ocorrer é Rosberg vencer pela terceira vez seguida no Brasil.

Mas há um fator que pode transformar o GP do Brasil numa loteria: a chuva. Segundo a previsão do tempo, há uma probabilidade de chuva para a hora do treino classificatório de 30% e para a hora da corrida de 80%.

Isso pode ajudar e muito Hamilton, que precisa vencer e que Rosberg seja no máximo 4º lugar para que ele chegue em Abu Dhabi, dependendo só do seu resultado para conquistar o tetra.

O problema é que o histórico de Hamilton no Brasil não ajuda. Nunca venceu por aqui, já perdeu um título mundial praticamente na mão (2007) e quase perdeu outro no ano seguinte. Traduzindo: Hamilton vai ter que lutar “contra tudo e contra todos” para manter-se vivo na disputa pelo Mundial de Pilotos de 2016.

Já para os pilotos brasileiros destaque para o último GP do Brasil de Felipe Massa na Fórmula 1. O piloto da Williams que venceu duas vezes aqui no Brasil (só não foram três porque Massa deixou Raikkonen vencer para que ele fosse campeão em 2007) se despede da Fórmula 1 ao final desta temporada. Massa fez bons trabalhos antes do acidente da mola na Hungria em 2009 e só não foi campeão no ano anterior por causa de erros bisonhos da Ferrari ao longo daquela temporada. Agora sem “braço” e sem “carro” vai tentar buscar uma melhor sorte em outras categorias do automobilismo mundial. Boa sorte Massa!

A diversão este final de semana é no nosso quintal. “Fé em Deus” e “Pé na Tábua” galera!

Hamilton venceu no México, mas Rosberg tem grandes chances de ser campeão no Brasil. FOTO: formula1.com
Hamilton venceu no México, mas Rosberg tem grandes chances de ser campeão no Brasil. FOTO: formula1.com

Horários:

Classificação – 12/11/2015 (sábado), 14:00h (horário de Brasília)

Corrida – 13/11/2015 (domingo), 14:00h (horário de Brasília)

O treino e a corrida serão transmitidos pela Rede Globo. Boa corrida para todos.

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