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ARGENTINA É CAMPEÃ MUNDIAL DE FUTSAL

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Para quem cresceu acompanhando o futsal, como é o meu caso, ainda não caiu a ficha dessa Copa do Mundo de Futsal. Não apenas pela conquista da seleção argentina, mas sim por todo o contexto da competição, que sofreu um verdadeiro twist quando passou para a fase de mata-matas.

Primeiramente, o mundial disputado na Colômbia (que domina o futebol de salão nas regras antigas) parecia que seria bem conservador. Como analisamos ao fim da primeira fase, aparentemente nada de surpreendente tinha acontecido, com todos os eventuais favoritos às vagas se classificando. Talvez o mais diferente tenha sido o Vietnã, que avançou de fase e ainda foi agraciada com o prêmio fair play da FIFA.

O maior expectativa era de vermos o genial Falcão superar Manoel Tobias como maior artilheiro da competição. Logo na primeira fase o camisa 12 conseguiu sua meta. Tinha um desempenho de artilheiro, chegando a 10 gols anotados já nas oitavas de final. Mas não fez mais gols. Na verdade, não fez mais nada. O fim da grandiosa história de Falcão em mundiais foi bem diferente dos capítulos anteriores. A seleção com mais títulos e que só havia ficado de fora de uma final de Copa do Mundo (quando foi terceira) caiu nas oitavas de final.

Na maior surpresa da competição, o Irã – que todos sabiam que era perigoso – arrancou um empate heroico contra o Brasil por 4×4, que levou a decisão para o pênaltis. E com a cobrança desperdiçada por Ari, o franco favorito ao título perdeu por 3×2 e foi eliminado precocemente. De um jeito nunca imaginado. A seleção de futsal jamais tinha caído tão cedo em uma competição oficial. Em meio ao espanto pelo feito, os iranianos tiraram um tempo para ovacionar a lenda que se aposentava, jogando para o alto um Falcão nitidamente decepcionado.

Falcão é homenageado por iranianos, após eliminação. FOTO: FIFA
Falcão é homenageado por iranianos, após eliminação. FOTO: FIFA

Só essa zebra já valia por toda a competição. Mas quem disse que esse era o final? Ainda nas oitavas de final, outra das seleções mais tradicionais caiu. A Itália foi derrotada por 4×3 na prorrogação pelo Egito e deu adeus a competição. A primeira fase de eliminatórias já tinha alijado da disputa dois dos favoritos. E apresentado uma nova força europeia.

O Azerbaijão chegou quietinho e depois de um jogo maluco contra a Tailândia, vencido por 13×8 na prorrogação, chegou às quartas de final. Foi quando parou em Portugal, sendo derrotado por 3×2, num jogo duríssimo. A campanha histórica teve cara de Brasil. A seleção azeri tem seis jogadores brasileiros e o técnico Miltinho, tendo 21 dos 23 gols da equipe na Copa do Mundo sendo marcados pelo quinteto Gallo, Fineo, Poletto, Thiago Bolinha e Vassoura. Os dois últimos, sendo os grandes destaques da equipe.

Vassoura, ala pivô brasileiro é destaque do Azerbaijão. FOTO: Alex Caparros/FIFA
Vassoura, ala pivô brasileiro é destaque do Azerbaijão. FOTO: Alex Caparros/FIFA

Aliás, ter brasileiro no elenco não é privilégio da seleção brasileira, pois Rússia e Espanha, que se tornaram os grandes favoritos após a eliminação da seleção de Falcão, possuem brasileiros no elenco. Por uma ironia da tabela, as duas equipes que poderiam perfeitamente fazer a final, se encontraram nas quartas, numa partida encarada como “final antecipada”. E deu Rússia, por 6×2. Dessa maneira, a Copa do Mundo da Colômbia foi a primeira que não contou nem com Brasil, nem com Espanha nas semifinais, fazendo com que um campeão inédito fosse garantido. E os russos chegaram a decisão, após despachar o Irã por 4×3, numa disputa equilibradíssima.

Na outra chave, Portugal e Argentina chegaram a semifinal se aproveitando de adversários inferiores, garantindo a melhor participação das duas seleções na história. Tradicionalmente coadjuvantes, os argentinos venceram os lusos por 5×2 e chegaram a decisão. Os portugueses perderiam o terceiro lugar para os iranianos, mas ainda ficariam com o artilheiro da competição, Ricardinho, com 12 gols.

E “intrusa” entre as potências do futsal, a Argentina saiu da Colômbia como campeã, mesmo com um time jovem. Surpreendeu a Rússia, fez valer sua força defensiva e venceu por 5 a 4, com gols de Vaporaki (2), Cuzzolino e Brandi (2), coroando uma campanha marcada pela eficiência na marcação e ousadia na hora de decidir.

Longe de qualquer lista de favoritos, os argentinos levaram apenas 11 gols – ficaram três jogos sem ser vazados – e, com ajuda da tabela, surpreenderam todo mundo ficando com o título. Com destaque para o goleiro Sarmiento e para o craque do mundial, Wilhelm, o jovem time hermano fez história na Colômbia, elevando seu futsal a um novo patamar.

Para que se acostumou a ver os argentinos como fregueses, foi muito surpreendente. Até para o tradicional diário “Olé” que aproveitou para alfinetar Messi. Segundo a publicação, “o que Lionel Messi não conseguiu com a celeste e branca, este humilde grupo de argentinos conseguiu e entrou no Hall da Fama. (…) A Argentina está no topo do mundo! O mundo aos seus pés”. Mas se pensarmos bem, na Copa América de 201, a Argentina já havia conquistado o título e o Brasil tinha tropeçado e ficado em terceiro. Como de costume, pensamos que era só um percalço.

Se não dá no campo, argentina conquista mundial na quadra. FOTO: Getty Images
Se não dá no campo, argentina conquista mundial na quadra. FOTO: Getty Images

Não era o fim que esperávamos para Falcão. Mas, fazer o que? E ao fim desse mundial, temos um novo desenho do mapa do futsal. Se ele será duradouro ou não, só o tempo irá nos dizer. Mas que a edição colombiana da Copa do Mundo foi bem fora da curva, isso foi.

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